sexta-feira, 16 de março de 2012

Histeroscopia parte 2

Hoje voltei à MAC para fazer de novo a histeroscopia, sobre a qual falei na sexta-feira passada, mas desta vez com uma preparação que me foi indicada.

Fiz a tal preparação que me indicaram, para hoje estar com os canais dilatados e conseguir-se ver tudinho o que havia para ver.
Mais uma vez, o exame não foi fácil.

A tal preparação consistia em colocar uns comprimidos na vagina à noite, um na véspera e outro na antevéspera.
Logo com o 1º comprimido correu-me mal. No papel da preparação do exame dizia para humedecer ligeiramente o comprimido, partir ao meio e inserir as duas metades.
Mal molhei o comprimido, desfez-se todo na minha mão. Sh*t!!



Peguei no 2º comprimido, que seria do dia seguinte, e usei esse, sem o humedecer. Passei uma noite horrível cheia de dores tipo menstruais fortes. Mas assim fiquei com um comprimido em falta, o do dia seguinte, ou seja, o de ontem. Ontem ainda andei às voltas para arranjar uma receita para comprar o comprimido, porque os outros tinham-se sido oferecidos na MAC. Consegui comprar, mas foi um stress para o conseguir.



A enfermeira hoje perguntou-me como é que eu me tinha sentido com os comprimidos e ela disse-me então que isso era bom sinal, porque significava que estava com as trompas permeáveis. Ok, menos mal.

Antes de iniciar o exame, somos "convidadas" a inserir um supositório de Buscopan no rabiosque. Não sou fã de supositórios, mas o que tem de ser tem muita força.

Na semana passada não levei o supositório comigo para a MAC porque ninguém me tinha dito que era para levar. Mas como desta vez já estava alerta que era preciso levar um, esta semana comprei uma caixa deles e pude levar o meu. Depois ofereci metade da caixa para a gaveta dos supositórios, que a enfermeira dá a quem não leva ou não tem posses. Foi a minha boa acção do dia.

Desta vez tinha 3 estudantes de medicina a fazer de plateia e foi um deles que fez o início do exame, trocando depois para as mãos da Dra Graça, que também é muito querida, assim como a enfermeira simpática que parece a Dra Bailey e a auxiliar. Esta equipa é 5*.

Durante a realização do exame, tornou a ser difícil para mim, porque voltei a sentir dor, desta vez numa altura mais avançada do exame. Tive bastantes dores acompanhadas de suores frios, calores, e só desejava que o exame acabasse rapidamente.



A Dra disse-me para espreitar para o monitor quando finalmente a câmara chegou ao sítio desejado, depois de muitos instrumentos terem sido usados no meu interior, tipo cirurgia, vi a minha cavidade uterina e é linda, cor de rosinha, sem nada de anormal por lá.

No final do exame, quando me estava a limpar do sangue que saiu, vi que saiu uma bolinha de massa de cerca de 2cm. Acho que seria o "baby" que deve ter sido expulso.

E assim estou de repouso durante o dia de hoje, para parar as dores e a hemorragia.

Abril, mês da Liberdade, será o mês da nova FIV.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Hospital cobram indevidamente taxas moderadoras

Uma notícia de hoje indica que os hospitais públicos estão a cobrar indevidamente as taxas moderadoras a casos de infertilidade.

Segundo o Público, as consultas de infertilidade estão dispensadas do pagamento de taxas moderadoras, mas a maioria dos serviços que as prestam estão a cobrar aos utentes, mas que poderão ser ressarcidos do valor pago (como seremos ressarcidos do que já foi pago?).

O artigo diz:

Desde o início do ano, com o novo modelo de pagamento de taxas moderadoras, que as consultas de infertilidade não implicam este pagamento. Isso mesmo ficou definido numa circular da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS), segundo a qual as consultas de planeamento familiar e actos complementares prescritos no decurso destas dispensam o pagamento de taxas moderadoras.

O tratamento de infertilidade é uma das acções que o planeamento familiar determina, pelo que dispensa o pagamento das taxas moderadoras, como confirmou à Lusa a ACSS. Apesar disso, a maioria das unidades de saúde públicas que têm consultas de infertilidade estão a cobrar estas taxas e com valores díspares. Dos dez centros públicos autorizados a ministrar técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA) pelo Conselho Nacional de PMA, sete estão a cobrar taxas moderadoras.

Destes, alguns cobram 7,5 euros por cada elemento do casal (Centro Hospitalar do Alto Ave, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Hospital de São João, Maternidade Alfredo da Costa e Hospital Garcia de Orta), outros cobram 7,5 euros por casal (Hospitais Universitários de Coimbra) e há ainda unidades a cobrarem 9,2 euros à mulher e 7,5 euros ao homem (Hospital de Santa Maria). O Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar de Coimbra e o Centro Hospitalar da Cova da Beira não cobram taxa moderadora nas consultas de infertilidade.

Esta disparidade foi confirmada pelos serviços quando contactados telefonicamente pela agência Lusa, que os questionou sobre o valor que cobram pela taxa moderadora na consulta de infertilidade. Confrontada com esta situação, a ACSS revelou que “os doentes que pagaram indevidamente taxas moderadoras serão ressarcidos do valor pago”.

O secretário de Estado e Adjunto da Saúde, Fernando leal da Costa, garantiu também que “aquilo que envolve o tratamento de infertilidade deve ser o mais facilitado possível”. “Vamos encontrar uma forma de resolver o problema e ter uma resposta única para o mesmo, uma vez que, para nós, é muito importante tudo fazer para aumentar a fertilidade em Portugal”, disse.

Histeroscopia

Hoje fiz uma histeroscopia na MAC, por indicação da médica que vai/está seguir a minha FIV/ICSI lá.
O 1º dia do ciclo foi no passado dia 27 de Janeiro e foi por essa data que se marcou a histeroscopia - que deve ser feita depois de não sei quantos dias depois do início do ciclo.
Por indicação da médica, com o início do ciclo comecei a tomar a pílula contínua até começar com as injecções em Abril. Com a pílula, estamos a tentar melhorar a qualidade dos óvulos.

Histeroscopia

Hoje na histeroscopia, tinha presentes 2 alunos de medicina a observar (um rapaz e uma rapariga). Tentei abstrair-me deles olhando para o tecto e tentando imaginar que só ali estavam a médica (foi a Dra Teresinha Simões que fez o procedimento) e a enfermeira. A enfermeira foi sempre muito querida comigo, a dar-me indicações, com sorrisos nos lábios. Assim é que eu gosto.

Durante este exame foi inserido o histeroscópio com uma câmara para se observar tudo o que se passa no meu aparelho reprodutor. Esta cânula deitava água morna (que eu sentia a sair) e ainda deitava algum gás para expandir áreas do meu interior.

O que se observou:

- Um feto minúsculo morto no útero. Quando o viu, a Drª exclamou "um bebé! Já alguma vez esteve grávida?" e eu "Não!". Penso que será das nossas tentativas normais de casal e não das ICSIs que fizémos até agora (que deram sempre o beta negativo). Julgo que é a isto que chamam aborto retido. Ainda não sei o que será feito quanto a isto.

- Canais das trompas muito fechados. Aqui a Drª disse que é necessário desobstruir e é este o motivo de não conseguir engravidar, porque o esperma não passa. Depois não conseguiram avançar mais com a histeroscopia por causa da obstrução, e que me estava a causar bastante dor.

Por isso, foi marcada uma nova histeroscopia para a próxima sexta dia 16, para a qual irei tomar uns comprimidos 2 dias antes, para que haja dilatação destes canais fechados e conseguir-se assim a sua desobstrução com a passagem do histeroscópio. Hoje não se estava a conseguir desobstruir, pela falta desta preparação que não me tinha sido indicada e havia o risco de perfurar os canais ou útero.

Dizem que não se sente dor neste exame, mas eu senti por causa da obstrução.
Como tive de tomar alguma sedação para este exame, não autorizam conduzir nem ir trabalhar. Passaram-me uma folha justificativa para apresentar no trabalho.

Aqui estão mais informações sobre a histeroscopia, retiradas da Fertivitro e da Clinimater...

O que é a histeroscopia?
A histeroscopia diagnóstica é um exame realizado para observar a cavidade uterina e o canal cervical. Permite o diagnóstico de patologias intrauterinas e serve como método para intervenção cirúrgica. 
Histeroscópio
Através da vídeo-histeroscopia, introduz-se pela vagina uma óptica fina (histeroscópio) no canal uterino, que leva luz ao seu interior, bem como um gás sob pressão, com o objetivo de distender a cavidade para melhorar a visualização do trajecto do colo do útero, da cavidade uterina e dos orifícios tubários, permitindo ao histeroscópio movimentar-se sem qualquer desconforto. Uma micro-câmara ligada ao instrumento transmite a imagem para um monitor, permitindo assim a visualização do canal cervical com uma nitidez magnífica e as patologias existentes neste local.
Histeroscopia
A videohisteroscopia diagnóstica é geralmente realizada sob anestesia local, ou leve sedação, e dura entre 5 a 15 minutos. É aconselhável ser feita entre o 6º e o 14º dia do ciclo, quando o endométrio está mais baixo e o istmo, hipotónico, diminuindo assim a possibilidade de sangramento. 
Em pacientes que estejam na fase da menopausa ou utilizando anovulatórios, o exame pode ser feito em qualquer período. 
No entanto, este tipo de exame não é aconselhável para mulheres grávidas, com infecções no colo ou trompas, com tumores ou submetidas a cirurgias recentes. 
Além da finalidade diagnóstica, a vídeo histeroscopia também tem finalidade terapêutica. Quando o objectivo for o tratamento da lesão, a vídeo-histeroscopia é conhecida como cirúrgica. 
Indicações Diagnósticas:
  • Infertilidade
  • Abortamento habitual
  • Sangramento uterino anormal
  • Pólipos
  • Miomas
  • Aderências
  • Espessamento do endométrio
  • Adenocarcinoma do endométrio
A histeroscopia apresenta menos de 1% de complicações cirúrgicas. 
Indicações Cirúrgicas:
  • Retirada de miomas
  • Retirada de pólipos
  • Retirada de sinéquias (cicatrizes) ou de septos (alteração congénita)
  • Ablação do Endométrio (alternativa à histerectomia) para diminuição de hemorragias
  • Remoção de corpo estranho
  • Biópsia dirigida
  • Cateterização tubária
A realização de investigações e diagnósticos é ambulatorial e não requer internação.
As histeroscopias cirúrgicas são feitas sem incisões ou cortes, com a utilização de instrumentos especiais como pinças de biópsia e eletrocautério, em ambiente hospitalar, com internação de, no máximo, 24 horas.