Técnicas de Reprodução


Indução da Ovulação (Coito Programado)


Quando a infertilidade é causada por dificuldades de ovulação, muito comum por exemplo nas situações de ovários poliquísticos, é possível administrar medicamentos que melhoram a capacidade de funcionamento dos ovários. O tratamento é efectuado com comprimidos ou com injecções subcutâneas de gonadotrofinas.
Como a resposta dos ovários é muito variável, é necessário efectuar um acompanhamento ecográfico para determinar a resposta dos ovários, evitando-se assim uma gravidez múltipla. Desta forma consegue-se prever a data da ovulação, efectuando-se nessa altura o coito programado.

É um tratamento adequado quando o espermograma é normal e as Trompas de Falópio estão desobstruídas. A obstrução das trompas (detectada através de uma histerossalpingografia), é uma das causas de infertilidade feminina.

IIU - Inseminação Intra-Uterina (Inseminação artificial)


Neste tratamento efectua-se uma leve estimulação ovárica para aumentar o potencial de resposta dos ovários, sendo vigiada através de ecografia vaginal.
Na altura da ovulação, a amostra de esperma do homem é tratada no laboratório, de modo a obter os melhores espermatozóides, que serão introduzidos no fundo do útero, através de um cateter.

Em casos de ausência de espermatozóides ou devido a alterações genéticas, pode ser usado esperma de um dador anónimo (AID – Assisted Insemination with Donor Sperm).

A inseminação artificial é um método simples com taxas de sucesso à volta de 15-20% por cada tentativa.

FIV - Fertilização In Vitro


A Fertilização in vitro está indicada para casos de obstrução das Trompas de Falópio, alterações no espermograma, endometriose ou mesmo para tratar a infertilidade de causas desconhecidas. É também recomendada para os casais que já tentaram outros tipos de tratamento sem sucesso, quando existe uma situação de infertilidade há mais de 2 anos ou quando a mulher tem mais de 35 anos de idade.

Efectua-se uma estimulação dos ovários com injecções subcutâneas diárias durante um período de cerca de 9-12 dias. O acompanhamento ecográfico é fundamental para determinar as doses dos medicamentos a administrar e para definir a altura em que os ovócitos estão maduros. Nessa altura os ovócitos são retirados dos ovários através de uma punção. Este procedimento não necessita de anestesia geral e tem a duração aproximada de 20 minutos. Nesse mesmo dia o homem dá uma amostra de esperma.
O processo continua no laboratório com a fertilização dos ovócitos pelos espermatozóides. Após alguns dias de cultura, um ou dois embriões são transferidos para o útero através de um catéter fino. Os embriões que estiverem em boas condições e que não forem transferidos podem ser criopreservados (congelados) para uso posterior.
Podem usar-se ovócitos ou espermatozóides de dadores anónimos, em casos clínicos que assim o exijam.

As taxas de sucesso da FIV são de cerca de 35-42% por tentativa, dependendo muito da idade da mulher e da qualidade dos embriões transferidos.

FIV/ICSI - Fertilização In Vitro com Injecção Intra-Citoplasmática de Esperma (Microfertilização)


Este é um procedimento útil quando a causa de infertilidade é masculina.

O protocolo de FIV/ICSI é similar à FIV, no que diz respeito à estimulação dos ovários, à punção ovárica e posterior divisão embrionária, com excepção quanto ao procedimento de como o espermatozóide fecunda o óvulo.

A ICSI consiste na introdução de um espermatozóide em cada ovócito maduro para permitir a sua fertilização, através de injecção. No protocolo de FIV sem ICSI, os espermatozóides são deixados em contacto com os ovócitos maduros e efectuam a fertilização por sua própria iniciativa.

A ICSI é usada em situações em que há alterações na qualidade ou da quantidade de espermatozóides (poucos espermatozóides, com diminuição da mobilidade ou alterações da forma).
Mesmo em situações em que não há espermatozóides no ejaculado, é possível obter espermatozóides que podem ser usados na ICSI para fertilizar os ovócitos, através de uma punção testicular (TESA).

A taxa de sucesso da ICSI é semelhante à da fertilização in vitro (IVF).

Doação de gâmetas (ovócitos e espermatozóides)


A doação de Gâmetas é utilizada nas situações clínicas em que é a única possibilidade de o casal conseguir uma gravidez saudável.
Isto acontece quando as células germinais do casal não existem (por remoção cirúrgica, por causas congénitas ou desconhecidas); têm alterações genéticas, ou os espermatozóides e ovócitos têm uma fraca qualidade, como acontece na sequência de tratamentos de quimioterapia.

Congelação de esperma, de tecido ovárico e de embriões


Se após os tratamentos de Fertilização in vitro ou de Microfertilização resultarem embriões de boa qualidade que não sejam transferidos, estes podem ser criopreservados/congelados para uso posterior do casal.

O mesmo método pode ser usado para criopreservação de espermatozóides, em que o homem deseja conservar os espermatozóides para utilização posterior. Este processo é recomendado, por exemplo, antes de se efectuar a vasectomia e antes de tratamentos de quimioterapia.

Hoje em dia também é possível o congelamento de tecido ovárico em certas situações clínicas, como sejam antes de tratamentos de quimioterapia. No entanto, a obtenção de ovócitos maduros do tecido congelado ainda tem um sucesso muito baixo, mas tem vindo a melhorar.

TEC - Transferência de Embriões Congelados


O tratamento com transferência de embriões descongelados é muito importante para vários casais. Com a transferência de apenas um ou dois embriões no tratamento a fresco, o tratamento com embriões congelados é um óptimo complemento para os casais que não conseguem logo uma gravidez.

Aplicável também em situações de protocolos interrompidos de FIV ou FIV/ICSI, nos quais se façam a punção ovariana mas não seja possível efectuar a transferência imediata dos embriões, devido a riscos que possam existir, como por exemplo, a hiperestimulação ovariana.

O tratamento é simples e consiste na preparação do útero com estrogénios e progesterona para receber os embriões que sobrevivem ao descongelamento e são viáveis.

As taxas de sucesso andam à volta de 20% por tentativa.

Fonte: Baseado em informações recolhidas de AvaClinic.