sábado, 28 de junho de 2014

7ª FIV/ICSI: Quanto custa uma FIV ICSI

Pois é... dizem que quando se fecha uma porta abre-se uma janela. E a minha acabou de abrir, depois do negativo obtido na IVI.
Ligaram-me ontem da MAC (fez agora um ano desde a punção da última ICSI lá). Fomos chamados para a nossa 3ª tentativa (e última) concedida pelo Estado Português. Somando com as que já fiz pelo privado, será a 7ª FIV/ICSI.



Depois desta já não farei mais nenhuma. É a última, quer dê certo ou dê errado. E tudo aponta que dará errado, pelo histórico dos resultados das ICSIs anteriores, mas por descargo de consciência, se temos direito a ela, iremos fazê-la. Irão passar as requisições para fazermos as análises (do meu marido e as minhas). As minhas têm de ser feitas em jejum e levar a 1ª urina do dia. As requisições irão ficar no atendimento de FIV e quando as for levantar marco as consultas de acerto e de anestesia, que só não ficaram marcadas, porque eu disse que iria de férias em Julho (o que não é mentira) e que assim preferia que as consultas fossem em Agosto (assim também dou tempo aos ovários para descansarem da 6ª FIV/ICSI), o que quer dizer que depois se começa o tratamento no próximo ciclo, que deverá calhar lá para Setembro.

Tudo na vida tem um limite e este é o nosso limite: a 7ª FIV/ICSI.
Se não resultar, a ovodoação é a solução: ainda esta semana ficámos inscritos à espera de uma dadora de óvulos na IVI.

Na IVI uma ovodoação custa 7 mil e qualquer coisa euros, mas como temos o cartão de sócios da APF (Associação Portuguesa de Fertilidade), temos 10% de desconto, ou seja, na realidade vai ficar mais ou menos com 700 euros de desconto, ou seja, a 6 500 euros mais ou menos.
Ser sócia da APF custa só 30 euros anuais. É um cartão que tem dado muito jeito todos estes anos e que se tem pago a ele próprio com os descontos que obtemos.
A ICSI na IVI é mais barata que uma ovodoação na IVI (mas bastante mais cara que nos Lusíadas). Os Lusíadas não têm ovodoação. Nos Lusíadas a ICSI custava 3 mil euros (e com 10% de desconto com o cartão de identificação HPP), ou seja 2700 euros, enquanto que na IVI são 5 mil euros (e com 10% de desconto do cartão da APF), ou seja, 4500 euros. A este valor da IVI, somamos o preço da técnica MACS e do Embryoscope, que é um extra recomendado para o nosso caso, que custa mais 500 euros (menos 10%), ou seja, somam-se 450 euros aos 4500 euros, o que dá um total de 4950 euros. No entanto, na IVI não se paga mais nada, nem análises, nem consultas, nem ecos. Nos Lusíadas as análises, ecos e consultas são pagas fora à parte.
A somar a isto tudo, independentemente do sítio, é preciso acrescentar o preço da medicação.

Na MAC, só se pagam as análises, tudo o resto está incluído, não é preciso pagar nada. Somente temos de pagar a medicação.

Quando os médicos prescrevem a medicação, normalmente (se não se esquecerem e se esquecerem estamos lá para relembrar) que precisam de colocar que a medicação encontra-se abrangida por uma portaria, o que significa que é comparticipado pelo Estado em 69% salvo erro. Ou seja, apesar de a medicação ser cara, já levou com o desconto do Estado (nem quero imaginar o preço se não fosse comparticipada nesta percentagem).

Mas tenho fé que a ovodoação vá resultar, na ICSI já não tenho assim tanta fé, face ao desenvolvimento dos nossos embriões ser sempre... como é que é mesmo a palavra?.. ah, pois, mau!
E na MAC sempre me podem recusar fazer a ICSI quando levar lá o relatório da IVI (alertaram para isso da primeira vez que lá fomos, que o Estado não é obrigado a conceder as 3 tentativas, se os médicos decidirem que não vale a pena fazer mais), mas prefiro que tenham a informação toda, do que estar a omitir e estarem a fazer experiências que já foram feitas, nem que o preço desta minha acção seja a recusa do tratamento.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

6ª FIV/ICSI: consulta de fecho de ciclo na IVI

Hoje tivémos a consulta de fecho de ciclo, desta 6ª FIV/ICSI.
Ao fim do dia, lá fomos nós à IVI debater os resultados... a opinião do Dr Sérgio é que mesmo tendo um ambiente controlado de desenvolvimento dos embriões no laboratório (com o Embryoscope), a filtragem dos melhores espermatozóides (com o MACS), a alteração da medicação e se ter feito tudo o que estava ao alcance para obtermos melhores óvulos, e com isso melhores embriões... o resultado obtido com embriões que páram de se desenvolver, devido à sua má qualidade, continua a ser uma constante ao longo destas 6 FIV/ICSIS que já fiz até agora.
A opinião do Dr é que não vale a pena continuar a fazer mais FIV/ICSIs, porque vê-se que é determinístico que com os nossos gametas, independentemente do protocolo usado, o resultado é sempre o mesmo.
E como o padrão de degradação dos embriões é sempre o mesmo, a forma como acontece a má qualidade, é indicativo de que seja a qualidade os óvulos que estão a provocar este resultado negativo. A recomendação foi de recorrer a doadora de óvulos.
Já tínhamos ponderado esta decisão em casa e estamos de acordo que é por aí que conseguimos realizar o nosso sonho, que tanto perseguimos.

Por isso, hoje na IVI já preenchemos o formulário das características de cada um de nós, cor do cabelo, cor dos olhos, tipo de cabelo, cor da pele, altura, peso, estatura, tipo sanguíneo... para que seja encontrada uma candidata a doadora compatível com as nossas características.
E assim entrámos em lista de espera na IVI, para ovodoação.

Pelo que sabemos, as candidatas têm de ter menos de 35 anos, serem saudáveis e sem doenças genéticas (e sabemos que são recompensadas monetáriamente, diz a lei que é para pagar as despesas). As doadoras são anónimas, não saberemos quem doou os óvulos nem a doadora saberá para quem irão os seus óvulos. Ovodoação é algo que não é muito divulgado, mas apelo a quem o possa fazer, que o faça, porque é a única forma de eu e muitas outras mulheres, poderem ser mães.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

6ª FIV/ICSI: Sem transferência de embriões!


O dia começou com um telefonema.
A directora do laboratório da IVI ligou de manhã, para nos dar as prometidas novidades sobre os embriões restantes que tinham ficado em laboratório. Gostaria muito de vos poder dizer que as novidades são boas, que os embriões tivessem recuperado, mas tal como já esperava, não foi isso que aconteceu. Os embriões pararam de se desenvolver e assim ficou sem efeito esta transferência de 5º dia (D5).

Como estou a fazer a progesterona, recebi a indicação de que ainda deveria fazer esta medicação hoje e amanhã, e então parar.
Já ficou marcada a consulta de fecho do ciclo com o Dr Sérgio, lá para o final do mês, para que possamos discutir estes resultados e ainda, obter o relatório desta 6ª FIV/ICSI, para levarmos à MAC quando formos novamente chamados para a 3ª tentativa que o Estado nos concede. Segundo as minhas contas, serei chamada à MAC em Julho, quando faz 1 ano desde a data da punção. Neste momento nem tenho muita pressa em ser chamada, para deixar o corpo recuperar e fazer a última FIV/ICSI (sinto-me inchada que nem uma porca, com a barriga enorme!). Dizem que são precisos 2 meses para recuperar, logo... estamos em início de Junho, é preciso deixar passar este mês, Julho e só lá para Agosto ou Setembro é que posso fazer nova FIV/ICSI. A 7ª FIV/ICSI.


Se não resultar, partiremos para a sugestão dada pelo Dr Sérgio da IVI: a doação de óvulos. Entraremos para lista de espera, à espera que surja uma doadora com as minhas características físicas (e tipo de sangue compatível). Seguem este critério para que haja semelhança física, que se consegue que seja na ordem dos 70% de semelhança com os pais, sendo o restante atribuído às diferenças relativas ao órgãos internos: 50% vem do DNA do pai, e 20% do DNA da doadora será relativo às semelhanças físicas. 70%, nada mau... sempre é melhor do que um zero.

A doação de óvulos (ovodoação) é indicada para os casos de mulheres que estejam em menopausa, menopausa precoce, mulheres que nasceram com ovários que não funcionem, quimioterapia, radioterapia, mulheres sem ovários (devido a cirurgia), idade materna avançada, mulheres com doenças genéticas ou falhas repetidas de FIV's. Eu encaixo neste último perfil: falhas repetidas de FIV's, indicador de que os meus ovários não são capazes de produzir óvulos de boa qualidade. Para além disso, a taxa de sucesso encontra-se relacionada com a idade da mulher doadora dos óvulos, onde só são aceites mulheres jovens e sem historial de doenças genéticas, não interessando a idade do útero (parece que o útero não envelhece). Por isso, com 1 ou 2 tratamentos em que se usem doações de óvulos, cujas taxas de sucesso rondam os 50 a 60%, consegue-se obter uma gravidez.
Fonte: Procriar

Entretanto, resta-nos continuar à espera que esta cadeira vazia, um dia esteja ocupada, com muita alegria.





domingo, 8 de junho de 2014

6ª FIV/ICSI: O Universo conspira contra nós

Ontem era suposto ser o dia da transferência dos embriões. Eram 9 embriões na 5ª feira, estava cheia de esperança de que seria desta.
Para a transferência recomendaram que às 10.00 fosse ao wc despejar a bexiga e depois bebesse 3 copos de água; estar na IVI às 10.30 e a transferência seria às 11.

Como mandaram aplicar as bolinhas de progesterona desde 5ª feira (200mg à noite e de manhã), seria para fazer isso também no dia da transferência dos embriões. A aplicação destas bolinhas tem um truque, que não é ensinado sempre. Ali na IVI chamaram a atenção para esse detalhe: depois de aplicar as bolinhas via vaginal, depois de acordar e antes de adormecer, devemos permanecer deitadas para que as bolinhas derretam e sejam absorvidas. Não interessa fazer a aplicação das bolinhas de 12 em 12 horas, porque o que é importante é que elas se mantenham lá dentro. Se andarmos levantadas ou sentadas, elas acabam por sair e não fazem o efeito que se pretende: o corpo absorver a progesterona. Por isso, de manhã meto o despertador a tocar mais cedo, para aplicar as bolinhas da manhã, e durmo mais 1h.
Ora, no sábado já eu tinha feito isto quando me ligam. Mauuuu! No news are good news, por isso para ligarem não devia ser coisa boa. E de facto não era.

Ligaram a dizer que naquele momento já só tinha 2 embriões: um com os habituais 35% de fragmentação e outro muito lento, só com 4 células. Recomendaram não fazer a transferência e deixar os embriões no laboratório até 2ª feira para verem a sua evolução e na 2ª feira darão notícias novamente.

Pessoalmente, eu perdi toda e qualquer esperança. Sei que todos os meus embriões com 35% de fragmentação das ICSI's passadas paravam de evoluir. Ter o outro embrião lento só com 4 células também não é normal e por isso a natureza também se encarrega de o descartar.

Basicamente, o Universo continua a conspirar contra nós, não me concede o desejo de uma gravidez.

O universo conspira contra nós

De acordo com os nossos planos, já só vamos aproveitar a última tentativa que nos resta da MAC. Acabamos assim com as tentativas de mais FIV's. Estou farta disto, de passar por todo este processo de injecções, punções que me deitam sempre abaixo e das notícias repetitivas de que os embriões não têm qualidade. Sinto uma enorme tristeza por  saber que não vou ter descendentes com os meus genes, com a minha inteligência, com as minhas características físicas, de não poder ver fotos de mimem pequenina e dizer que é tal e qual a minha cara em pequena. Nem a Ciência, que consegue ajudar tantos casais a obter aquilo que a Natureza lhes nega, nos consegue ajudar. Sinto-me revoltada.
É injusto. É só o que consigo dizer.

Próximos passos: como não vejo a MAC a obter um resultado diferente... A seguir à MAC vamos recorrer à doação de óvulos na IVI. Se é esta a única forma de poder engravidar e ser mãe, então assim seja.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

6ª FIV/ICSI: D1 dos embriões, D-2 da transferência

Hoje é o D1 (dia 1) dos embriões, que devem estar felizes e contentes na estufa do laboratório da IVI.

Hoje ligaram-me da IVI, a dar o status do que aconteceu no laboratório desde ontem.
Dos 19 ovócitos recolhidos, 15 foram microinjectados (quer dizer que 15 estavam maduros) e 9 formaram embriões. 9! Wow! Não estava à espera que houvesse tantos maduros, nem tão pouco que fossem formados 9 embriões! Estava a contar com menos que isso... mas estas notícias deixam-me muito contente!

Hoje já tive poucas dores no baixo ventre (zona dos ovários), mas senti náuseas durante todo o dia. Fui trabalhar, conforme me fora recomendado ontem, fui bebendo água ao longo do dia (tento não me esquecer de beber água, o que para mim é frequente acontecer) para ajudar a eliminar restos de anestesia que ainda corra em mim, e que segundo a enfermeira que me ligou, é o que me anda a causar náuseas.

Também me informaram que a transferência vai ser no sábado de manhã, e não na 6ª conforme me tinha sido dito ontem. Ok, em vez de ser uma transferência de 2ºdia, como tem sido habitual até aqui, é uma transferência de 3º dia. Andei a ver o que significa transferir o 2º dia ou 3º dia e concluí que as transferências de 2º dia são feitas quando os embriões são poucos (como me tem acontecido) e por isso precisam de ir o mais rapidamente possível para o útero. Quando o número de embriões é elevado, como desta vez, podem-se deixar mais tempo em laboratório para se ter a certeza de quais têm uma maior qualidade.

Para quem não sabe... o que é isto do D1?
Bem, passo a explicar de forma simples.. conta os dias de vida do embriões, independentemente da data da transferência para o útero.

  • D0, ou dia zero, é o dia em que ocorre a fecundação, o dia em que os óvulos são unidos aos espermatozóides em laboratório.
  • D1, ou dia 1, é o dia a seguir à punção. Normalmente é o dia em que ligam do laboratório a dizer quantos embriões foram formados. Esta informação baseia-se na observação da formação do zigoto, que é a célula inicial do corpo humano. É a partir desta célula que se vão fazendo as divisões celulares que formarão um ser humano - é o processo de clivagem.
  • D2, ou dia 2, é o 2º dia dos embriões, que já terão 2 a 4 células, se as divisões celulares forem as correctas.
  • Em D3, os embriões terão em torno de 8 células.
  • Em D4, os embriões atingem o estado de mórula, onde as divisões celulares ocorrem cada vez mais rapidamente e se deixa de conseguir distinguir os limites das células.
  • Em D5, os embriões atingem a fase de blastocisto.


And so on... é fantástico o milagre da Vida, não é?



quarta-feira, 4 de junho de 2014

6ª FIV/ICSI: Punção!

Cá estou eu depois de ter tido alta na IVI!
Bem, mas onde é que eu tinha ficado?
Ah sim, tinha dito que iria regressar na 2ª feira, dia 2 de Junho, para mais uma eco e análises. Bem, quando me ligaram no sábado, disseram para aumentar a dose do Menopur para 100ui e assim fiz. Administrei 75ui das doses individuais e depois fui buscar mais 25ui ao frasco que estava a acabar. Ainda deu para fazer isto no sábado e domingo.
Quando voltei à IVI na 2ª feira, fiz a eco com o Dr Sérgio, como habitualmente, e tinha ainda outra Dra que presenciou a eco (não me lembro do nome dela, mas era novinha). Tinha ovócitos com 19mm, outros com 18mm, 17mm e muitos com 13 e 12mm. O Dr explicou que não iríamos esperar que estes de 13 e 12 crescessem, porque estes seriam os que iriam provocar a hiperestimulação, e que os maiores chegavam para a punção. A medicação da última injecção iria depender do resultado da análise: Pregnyl + Dostinex caso o estradiol ainda estivesse bom, o que depois iria permitir a transferência dos embriões a fresco, ou o Decapeptyl para parar os ovários e neste caso seria preciso congelar os embriões, porque não seria possível fazer transferência (parece que o Decapeptyl estraga a qualidade do útero, segundo palavras do Dr. Sérgio). De qualquer forma, deveria ter na minha posse estes medicamentos à hora da chamada do resultado das análises, porque como são difíceis de achar à venda no imediato, depois poderia não ter tempo de os comprar. A punção ficou então marcada para 4ª feira (hoje) às 8h00.
Fiz as análises e a enfermeira dispensou-me o Decapeptyl (3 doses de pó para 1 de líquido) caso fosse este o medicamento escolhido à hora do telefonema. Uma amiga tinha uma embalagem de Pregnyl, da qual já não precisa porque está grávida (parabéns linda!) e que me deu. Por isso na farmácia comprei o Utrogestran (para depois aplicar quando for a transf.), o Dostinex (parece que baixa a prolactina, previne a hiperestimulação) caso o Pregnyl fosse o eleito, e ainda um antibiótico, chamado Azitromicina, para tomar à noite na véspera da punção.

Azitromicina
Azitromicina

A enfermeira alertou que este antibiótico é potente, porque muita gente fica com vómitos, náuseas, diarreia depois de o tomar... bem, assim apelidei-o de "a bomba".
À noite ligaram-me a dar luz verde para dar a injecção de Pregnyl (yeah!!) às 20h30 e tomar um comprimido de Dostinex depois de jantar.

Dostinex 0,5 mg
Dostinex 0,5 mg

3ª feira fiquei com náuseas e sonolência durante o dia, por causa do Dostinex... e à noite, depois do jantar, lá tomei os 2 comprimidos da "bomba" e o 2º comprimido de Dostinex. Devo dizer que a "bomba" fez-me efeito 1h depois de a ter tomado. Comecei por ficar com náuseas, fiquei cada vez mais mal disposta ao ponto de achar de ia vomitar a qualquer momento. Fui para o wc, ainda tive aquela convulsão de vómito por 2x, mas felizmente não vomitei. A seguir bebi água para ver se o estômago acalmava e depois achei melhor ir dormir, pelo menos a dormir não iria sentir má disposição. Pelo sim, pelo não, meti um alguidar ao pé da cama, caso acordasse, pronta a vomitar e sem ter tempo de me levantar. Felizmente, não foi necessário!
Tinha instruções para fazer jejum de líquidos e sólidos a partir das 24h, como é normal para todas as punções que fiz até hoje. Para todos os efeitos, é um procedimento cirúrgico com anestesia, se bem que lhe chamam de sedativo.
4ª feira (hoje) acordámos às 6.30, tomei uma banhoca, lavei os dentes, vesti uma roupa confortável e estava pronta para sairmos. Tinha instruções para não usar perfumes, óleos, cremes, desodorizantes, nada... não levei as lentes de contacto (não se podem levar, levei os óculos na cara), não se podem levar brincos, nem anéis, nem nada de bijuteria e também não se podem levar as unhas pintadas. Obedeci a tudo isto.
Ainda não eram 8h e já lá estávamos à porta da IVI. Quando apareceu uma recepcionista, entrámos, esperámos muito pouco tempo até nos chamarem para irmos para o quarto que nos estava destinado. Sim, ali tem-se direito a um quarto, parecia uma suite de hotel, com o wc privativo muito bonito, moderno, com chuveiro...! Vesti a bata (com a abertura para a frente) e aguardei deitada na cama, depois de ter ido esvaziar a bexiga (pedem sempre a bexiga vazia para a punção). O meu J aguardava perto de mim, no quarto, sentado na sua "poltrona".
Depois apareceu uma enfermeira para me colocar o soro (aii!) mas, surpresa das surpresas, não foi colocado na mão, onde me dói sempre. Meteram na veia do braço, onde costumam tirar sangue (ahhh!). Maravilha, não doeu nada!
Pouco depois apareceu a anestesista para confirmar que estava em jejum, que não tinha alergias, se já tinha levado anestesia alguma vez (sim, na remoção do apêndice e nas 5 FIV's anteriores), perguntou como tinha sido o meu acordar das outras anestesias (sempre bem-disposta!), tudo ok! Depois apareceu a enfermeira que me levou para a sala do bloco. À entrada tinha 2 enfermeiras: uma que me colocou a touca no cabelo e outra os pezinhos, nos pés, depois entrei no bloco onde tinha um batalhão à minha espera. Tinha a Dra Catarina (desconfio que foi ela que fez a punção), que se apresentou, e depois mandaram-me deitar na "cama" do bloco, primeiro sentar à beirinha da cama, meter pernas no encaixe das pernas, braços abertos, metem-me o oxímetro no dedo, no braço o medidor de tensão, metem-me os autocolantes para observarem os batimentos cardíacos... e a anestesista lá me dá a pica de qualquer coisa no soro, lembro-me de ela dizer "agora vai sentir frio no braço", injecta a anestesia, metem-me a máscara do oxigénio na cara e dizerem-me "agora inspire fundo"... inspirei (cheirou-me a baunilha?) e apaguei. Voltei a acordar no quarto, com o J sentado na poltrona.

Punção dos ovócitos

Ainda não o tinham chamado para fazer a parte dele.
Perguntei-lhe se sabia como é que me tinham metido na cama, por curiosidade, e ele disse-me que me levaram até ali deitada numa maca, e que depois me deram instruções para eu me mover de uma cama para a outra, e que eu fiz o que me pediram, passar as pernas, fazer força para me mover.... É engraçado que não me lembro de nada disto.
Trouxeram-me o pequeno almoço, bolachinhas de água e sal e um pacote de sumo de pêssego e uva, disseram-me que podia ir ao wc quando quisesse e que deveria ter pequenas perdas de sangue hoje e amanhã. Só se fossem perdas abundantes é que deveria ligar para lá imediatamente, ou caso tivesse dores fortes. Posso tomar paracetamol e amanhã já posso ir trabalhar. Entretanto disseram ao J para ir fazer a parte dele, que tratou do "negócio" no wc da suite, e depois ligou à enfermeira para entregar o copinho com o material. Achei isto curioso, manterem os espermatozóides o máximo tempo possível com o J.
Tal como das outras vezes, hoje estou deitada em repouso, acompanhada pelo maridão para me supervisionar algum efeito da anestesia, e estou proíbida de fazer esforços físicos.
Recomendação: beber muita água!
Depois amanhã vão-me contactar para dar informações de como as coisas estão a correr no laboratório e marcar hora para a transferência dos embriões na 6ª.
Desejo um namoro brilhante aos meus meninos lá no laboratório, e na 6ª cá estou eu pronta para os receber.