sexta-feira, 28 de agosto de 2015

30 semanas de gestação e o Plano de Parto

No curso de preparação para o nascimento foi abordado o tema "Plano de Parto".
Quem já ouviu falar no plano de parto? Confesso que estas palavras já me tinham aparecido algures, mas não sabia o que era.

O plano de parto é, como o próprio nome indica, um plano que se pode elaborar para tornar o parto mais humano, para que a parturiente possa estar mais tranquila durante o parto. São pequenas coisas que, se forem seguidas no hospital, podem fazer com que a experiência do parto seja mais positiva. Por ex. no plano de parto pode estar escrito que se gostaria que colocassem a tocar uma pen com determinada música, no momento do parto. São coisas que não colocam em risco a saúde, nem da mãe nem do bebé, e muito menos interferem com os actos médicos, mas que fazem a diferença para a parturiente. Ou então pedir para não oferecerem epidural e só ser dada quando, e se, a parturiente desejar.

O plano de parto, folha escrita com 1 página, enumerando as acções que se desejam ver cumpridas, deve ser discutido numa das consultas do hospital, até às 36 semanas, para que não se peçam coisas impossíveis de cumprir. Depois na altura do internamento, entrega-se essa folha, para ser anexada ao processo e assim quando as equipas mudarem de turno, podem facilmente ler o plano. Não devem ser feitas exigências, mas sim pedidos, dentro do que for possível.

Já agora, achei engraçado ouvir durante o curso, os termos médicos que chamam à mamã:
- a grávida, quando se está grávida
- a parturiente, durante o internamento no hospital, para o bebé nascer
- a puérpera, desde o momento do parto, durante 42 dias (6 semanas).

De momento ainda não pensei se gostaria de elaborar um plano de parto, ou se vou estar logo de acordo (ou contra) com tudo o que me propuserem no hospital. De momento, se os bebés continuarem na mesma posição (ambos transversos, ela deitada abaixo do umbigo, ele deitado acima do umbigo) o meu destino será passar por uma cesariana e é uma coisa muito rápida, comparando com o parto normal (que leva em média 12h). Se bem que uma cesariana tem mais riscos que um parto normal, mas se for a única maneira de os meter cá fora, será.


Agora com 30 semanas, os bebés estão com 1,900 Kg (ela) e 1,800 Kg (ele). Ena! Já carrego com quase 4Kg de bebés!
O meu peso actual é de 79 Kg (o inicial era de 72 Kg). O que quer dizer que com 7 meses e meio, com uma gravidez gemelar bicoriónica (2 placentas) e biamniótica (2 sacos amnióticos) só aumentei 7 Kg. Nada mau!

Às 27 semanas eles estavam com 1,400 Kg (ela) e 1,300 Kg (ele), o percentil dela estava acima de 95 (em altura, passava o percentil 100, rebentava a escala) e o percentil dele estava entre 90 e 95. E continuam a manter estes percentis.

Compridos e gordinhos, é o que são.

Ah, e está a aparecer a línea nigra (ah bolas!) que é uma pigmentação na pele, em formato de linha vertical escura, ao longo da minha barriga e eu nem sequer apanho sol na barriga. E o mais giro é que nem sequer a linha vai direita.. perto do umbigo ela faz uma curva. O que me vale é que isto irá desaparecer nos primeiros meses depois do parto. Nem quero imaginar como ela estaria se eu andasse a ir à praia, a apanhar sol na barriga.

linea nigra
Línea nigra

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

29 semanas de gestação com muito calor!

O que mais marcou as 29 semanas de gravidez foram os acessos de caloooooor, muito caloooooor! Dentro do carro, com ar condicionado a 21ºC a apontar para a minha cara e o calor sem passar. Que horror, estes calores até me fazem sentir mal.
Até ando com o caderno que uso nas aulas de preparação para o nascimento, dentro da mala, para me abanar com ele (mas se calhar devia mas é arranjar um leque).


E ansiedade, sinto muitas crises de ansiedade.. ai o que a aproximação do parto me faz! Preciso de me sentir que nem uma leoa para defender as crias, mas na verdade sinto-me como uma gatinha assustada escondida num canto. Preciso de um par de estalos para ver se isto me passa. Por enquanto ando a calmantes, que ajudam, mas não são suficientes para acabar com esta ansiedade.

Entretanto... a mala da maternidade para os bebés já ficou pronta esta semana!
4 mudas de roupa tamanho 0 (espero que não fiquem grandes) para ela e 4 mudas de roupa tamanho 0 para ele, cada um dos conjuntos embrulhados numa fralda de pano, 2 toalhas de banho e 1 pacote de fraldas de tamanho recém-nascido.
Falta acabar de preparar a minha mala, que de momento só tem lá dentro 2 camisas de dormir com abertura à frente (para poder amamentar) e um conjunto de cuecas descartáveis. Ainda não posso lá colocar os chinelos (porque ando a usá-los) nem os restantes artigos de higiene (que também andam a ser usados). Na lista de coisas para levar para a maternidade, também falam em soutiã de amamentação, mas ainda não o comprei porque não faço ideia de qual tamanho devo comprar. Diz que disse que as mamocas vão aumentar quando subir o leite...

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

28 semanas de gravidez e a azia

Azia, aquele fogo que nos sobe pelo peito!

Nos primeiros meses de gravidez, quando vomitava a toda a hora e nem o Nausefe impedia o vómito (com Nausefe não vomitava com tanta frequência durante o dia, mas todos os dias vomitava!), sentia constantemente azia, fome e nem o facto de comer aliviava a fome, mesmo que já me sentisse cheia. Bebia água muito frequentemente, comia amêndoas com pele e nada aliviava a azia. Assim se passaram os primeiros meses.

Agora, no último trimestre, ainda vomito só e apenas se não tomar o meu amigo Nausefe. Eu vou experimentando de vez em quando não tomar e é certinho que no dia a seguir a não tomar, estou a vomitar pequenos almoços, lanches, jantar... e por isso (ainda!) continuo a tomar Nausefe de manhã e à noite. Se não tomar o da manhã, vomito à noite; se não tomar o da noite, vomito de manhã. Estou a ver que vou estar a parir as crianças e ainda vou estar a vomitar.

Felizmente aquela azia constante, desapareceu nesses primeiros meses e agora só sinto azia quando se aproxima a hora de mais uma refeição ou lanche. Até já uso essa sensação como relógio: sei que se aproxima a hora X, que já passou 1h30 ou 2h após a última vez que comi e que está na hora de ir comer novamente (mas confirmo com um relógio a sério, como o do telemóvel). Após comer a sensação de azia passa.

Mas o que me começou a acontecer agora é que... acordo entre as 2 e as 3 da manhã com azia! Precisamente depois de 2h desde a última refeição do dia, que é a da meia noite. E não consigo voltar a adormecer com este fogo que arde que nem um doido. Então agora a rotina nocturna tem sido, para além de me levantar 2 ou 3 vezes para ir ao wc fazer um xixizinho, meter mais uma almofada debaixo da cabeça e tomar uma pastilha de Kompensan durante a noite. Só assim consigo adormecer novamente.

Infelizmente não vou seguir mesinhas caseiras, por causa da diabetes gestacional e toda a dieta rigorosa de horário, alimentos permitidos e quantidades permitidas que lhe está associada. Kompensan resulta e foi aconselhado pela obstetra, siga para bingo!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

27 semanas de gravidez: o curso de preparação para o nascimento

Eu sempre chamei a estes cursos de "curso de preparação para o parto", mas este da MAC onde nos inscrevemos é o "curso de preparação para o nascimento". Percebo a subtileza da mudança dos termos, porque há aulas sobre temas além do parto, como a amamentação e os cuidados com o recém nascido.
Foi esta semana a primeira aula, leccionada por uma fisioterapeuta, onde se abordaram dicas interessantes para quem está grávida, tais como a postura, para evitar dores de costas (posições para dormir, como sentar, como levantar, como agachar/levantar), como evitar refluxo gástrico/azia, como evitar cãibras...

Contrariamente ao que a enfermeira me tinha dito, sobre as posições de dormir, a fisioterapeuta aconselhou o seguinte...

Dicas para a posição de dormir:

  • essa história de que devemos dormir para o lado esquerdo por causa de não fazer pressão sobre a veia cava, era muito bonito e funcional se... o corpo de toda a gente fosse igual internamente, que os órgãos estivem arranjados na mesma posição, se o bebé estivesse na mesma posição em toda a gente. Ora, isto não é assim que acontece na prática, pois cada caso é um caso, e o que pode ser confortável para uma pessoa, pode não o ser para outra. Por isso o conselho da fisioterapeuta é: durmam na posição em que se sintam mais confortáveis, tanto para as grávidas como para os bebés. Os bebés reclamam com pontapés quando não estão a gostar da posição, para a mamã mudar para outra posição! Mesmo que essa posição em que nos sintamos confortáveis seja de curta duração e que depois a melhor posição em que estejamos bem, já seja outra. Se não tivermos posição para dormir na cama, podemos ir dormir para o sofá nem que seja só durante 2 horas, porque o importante é dormir (é enquanto dormimos que os bebés se desenvolvem, de acordo com a fisioterapeuta).
  • Para dormir de lado, podemos usar duas almofadas para ajudar a estabilizar a posição: uma para colocar no meio das pernas, com a pontinha da almofada debaixo da barriga, e a outra para colocar no meio dos braços.
  • Para dormir de barriga para cima, usar uma almofada debaixo dos joelhos, para que a coluna possa assentar toda no colchão e não arquear as costas (evitando-se assim dores na lombar)

Dicas para levantar da cama;

  • Rodar o corpo para a lateral e com a ajuda das mãos e cotovelos,  levantar da cama sempre com os joelhos juntos. A mesma coisa para nos deitarmos na cama.

Dicas para estar sentada numa cadeira:

  • Encostar o rabo bem até ao fundo da cadeira e só depois inclinar as costas, para que se consiga encostar toda a coluna ao apoio de costas da cadeira.
  • Se estivermos aflitas das costas, podemos sentar ao contrário na cadeira, com o rabo na pontinha da cadeira e os braços pousados na parte de cima das costas da cadeira. Não é uma posição bonita nem elegante, mas é eficaz.


Dicas para evitar pés inchados (acontece devido a problemas com a circulação do sangue, que se acumula nos pés), de acordo com a fisioterapeuta:

  • Devemos colocar um cobertor dobrado por baixo do colchão, na zona dos pés, para dormirmos com os pés mais elevados.
  • Quem trabalha de pé durante todo o dia, deve usar meias de descanso, calçadas logo ao acordar. Estar em pé o dia todo faz com que se fique com os pés inchados.
  • Quem trabalha sentado o dia todo, deve levantar-se e caminhar ao fim de 1h. Estar sentado o dia todo faz com que se fique com os pés inchados, porque o peso da barriga corta a circulação para as pernas.
  • Em casa, para promover a circulação do sangue nos pés, devemos ir para a banheira e com o chuveiro molhar os pés alternadamente com água fria e depois com água quente, para provocar um choque térmico. É o choque térmico que faz activar a circulação.

Dicas para evitar cãibras:

  • A mim tem-me acontecido nos músculos gémeos, das pernas, ficarem com cãibras quando me espreguiço ou estico durante a noite, enquanto estou deitada na cama. Para evitar devemos... ao esticar as pernas, não esticar também os pés. Os pés devem estar flectidos. Se acontecer uma cãibra, devemos alongar o músculo que ficou preso e não devemos fazer massagem ao músculo (por acaso eu abanava o músculo e esfregava com a mão até passar - andava a fazer mal).
  • Para ir buscar algo a um armário alto, não nos devemos esticar, porque pode ocorrer uma torção no corpo caso viremos o corpo, e aí o músculo prende e já não conseguiremos sair dessa posição.


Dicas para evitar azia/refluxo gástrico;

  • O que funciona para algumas pessoas não funciona para outras, é mesmo assim. Por isso, quando se diz que se devem comer amêndoas com pele, para evitar a azia (resulta com algumas pessoas), não se deve passar o dia a comer um pacote inteiro de amêndoas, senão a balança queixa-se. Para tirar partido dessa mesinha caseira deve-se colocar uma amêndoa com pele na boca e ir chupando ao longo do dia. Assim consegue-se comer poucas amêndoas num só dia.
  • Eu recorro ao Kompensan, a conselho médico, porque não ando com azia muito frequentemente, é só de vez em quando e noto sobretudo que aparece quando já é novamente hora de comer e que passa quando como.
  • Para evitar a azia depois das refeições, não nos devemos ir logo sentar/deitar após uma refeição.
  • Ao estar deitada, pode-se usar uma almofada extra na cabeça, para manter o tronco mais elevado e evitar assim que os ácidos do estômago subam.

Se depois me lembrar de mais dicas que tenham sido faladas, venho cá acrescentar...

domingo, 2 de agosto de 2015

26 semanas de gravidez: a barriga já pesa

Neste momento a barriga já pesa!
Já tive de comprar uma faixa (comprei a da prenatal), para me ajudar a suportar o peso da barriga, e que realmente me ajuda quando estou de pé ou quando tenho de andar de carro (a barriga não abana tanto com a trepidação do carro). Só não me dá jeito estar sentada/deitada com a faixa posta, porque me sinto apertada.

Na cama, já tenho de recorrer a almofadas para encostar à barriga, porque o peso da barriga também se faz notar quando estou deitada de lado e custa-me ter a barriga descaída, provoca algumas dores. Também me sinto muito pesada quando tenho de me levantar (do sofá, da cama) ou somente quando tenho de mudar de posição quando estou deitada na cama. Dantes era tão fácil rebolar para um lado ou para o outro durante a noite e nem acordava! Agora, sempre que mudo de posição durante a noite, acordo!
Tento sempre dormir para o lado esquerdo, que é o lado aconselhado pela enfermeira da MAC, porque...

  • se dormirmos para o lado direito, fazemos pressão com a barriga sobre a veia cava, que transporta o sangue venoso do abdómen e membros inferiores para o coração, logo estamos a impedir a circulação do sangue
  • se dormirmos de barriga para cima, o peso da barriga pressiona os nossos órgãos, o que também não é bom

Mas para adormecer muitas vezes tem de ser de barriga para cima, quando não consigo aguentar as dores que sinto permanentemente do lado direito, nas costelas. Depois durante a noite rebolo para a esquerda, quando as dores já aliviaram.

Para me levantar, a enfermeira da MAC ensinou-me a levantar de lado, fazendo força não com os abdominais, mas sim com a parte lateral do corpo, com a ajuda dos braços. Ajuda, sem dúvida, mas não é fácil, porque sinto-me tão pesaaaaaada!

Mas ainda não foi desta que deixei de vomitar... ainda esta semana vomitei por 2x, vómitos causados por cheiros que senti. Agora devo ter faro de cão.


sábado, 1 de agosto de 2015

O dilema dos infantários

Nesta semana, com 26 semanas de gestação, aproveitámos as férias do meu J e as minhas horas permitidas para sair, para irmos visitar infantários com berçário, porque é preciso garantir que os twins têm onde ficar enquando eu voltar ao trabalho, quando terminar a licença de maternidade.

E porquê procurar infantário tão cedo, se ainda nem nasceram?
Esta foi a pergunta que eu fiz, quando soube pelas minhas amigas que deveria procurar imediatamente por infantários. Infelizmente os infantários andam sempre muito cheios, sem vagas (pelo menos é assim aqui pela capital), o que nos obriga a procurar já, durante a gravidez, para garantir que temos vaga quando precisarmos dela, e para complicar precisamos logo de 2 vagas ao mesmo tempo.

Onde procurar, à volta do trabalho ou à volta de casa?
Foi o dilema seguinte com que nos deparámos.
Escolhemos procurar à volta do sítio onde moramos. Sítios à volta do local de trabalho também seriam uma hipótese a considerar, mas aí apenas daria jeito para um de nós, visto que trabalhamos em zonas diferentes da cidade. E se por acaso o destino quisesse que tivéssemos de trocar de trabalho, depois seria complicado arranjar infantário logo na hora.

IPSS's ou infantários privados?
IPSS's são Instituições Particulares de Solidariedade Social, onde o pagamento da mensalidade é indexada ao rendimento do casal de acordo com a declaração de IRS.
Ficámos em lista de espera para 2 IPSS's, uma delas até fica na nossa rua, mas as IPSS's têm o problema de só iniciarem em Setembro (e só precisamos para Setembro do ano que vem, nem sequer é no próximo Setembro, e já havia pessoas em lista de espera!), o que nos deixa com o problema de "onde vamos deixar os bebés desde que a licença de parentalidade termina, até chegar Setembro?". Mas tem como vantagem o horário: é óptimo estarem abertas até às 19.30 (nos infantários privados normalmente é preciso pagar um suplemento para conseguir este horário) o que é bom para quem trabalha na capital e tem de passar por vias com trânsito intenso para fazer o percurso casa->trabalho->casa, o que significa que nunca sabemos quanto tempo levamos a chegar a casa. E se houver acidente nessas vias, piora tudo e entope todas as estradas à volta e é um martírio conseguir regressar a casa. E os privados aproveitam-se disto, claro.

Muitos infantários fecham em Agosto. É mais uma das coisas a ter em conta quando se procura um infantário.

Vimos infantários privados, caríssimos, que até me dava vontade de dizer "eu quero andar aqui, isto é uma maravilha", mas por causa do preço ficam de fora da nossa lista de escolhas. Uma coisa é procurar vaga para 1 criança, e até se consegue fazer uma ginástica no orçamento familiar para pagar algo melhor e mais caro, mas logo para 2 ao mesmo tempo... não dá.

O nosso plano
Será entrar num infantário privado "acessível" (teremos de fazer inscrição num privado brevemente, só para garantir as 2 vagas que serão necessárias antes de sabermos se fomos colocados na IPSS) e se não conseguirmos entrar na IPSS, iremos continuar no privado e concorrer à IPSS todos os anos. Aos 4 anos, tiraremos partido da nova lei que garante o acesso ao pré-escolar no público, a todas as crianças.