terça-feira, 22 de setembro de 2015

34 semanas de gravidez: mudança de planos!

Foi hoje o dia da última eco na MAC, dia de CTG e de consulta de obstetrícia de gravidez de alto risco gemelar. Ou seja, mais um dia em que lá passámos uma manhã inteira à espera.

Chegámos à MAC, o J foi ter com a recepcionista das consultas de alto risco dizer que já lá estávamos na MAC, mas que íamos à eco primeiro - vimos outras pessoas fazerem isto das primeiras vezes que lá fomos e passámos a fazer o mesmo, não sabemos se faz diferença na "vez" em que se fica à espera para a consulta, porque já vimos que apesar de ser com hora marcada, o que conta mesmo é a ordem de chegada. O que é certo é que a recepcionista toma nota do nosso nome/nº de processo e depois vai buscar esse registo quando regressamos à sala, já despachados.
Enquanto o J foi à outra recepção, eu fui directa para a recepção das ecos, também para evitar que a perda de minutos, de ir ao outro lado, fizessem com que me passassem à frente (sim, tal como nas consultas, também ali descobrimos que é a ordem de chegada que conta, apesar da marcação). Estava marcada para as 8h30m.

Enquanto esperava para fazer a eco, e já estava preparada para esperar, sentei-me para medir a glicémia (medição da diabetes, de 1h após o pequeno almoço) e a seguir comecei a comer a 2ª parte do pequeno almoço (que é igual à 1ª parte): o meu 1/4 de bola de pão com 1 fatia de queijo, a acompanhar com um pacotinho de leite magro. Comi o pão, e estava eu a chupar na palhinha, para beber o pacotinho de leite, quando ouço chamar o meu nome para fazer a eco. "Já??" pensei eu, que não estava habituada a ser chamada... como é que se diz.. ah sim, a horas! E pronto, levantei-me imediatamente e bebi o leite, o mais rápido que pude, enquanto caminhava. Cheguei ao gabinete da eco, já a dar os últimos goles no leite, desapertei as calças e deitei-me na marquesa, pronta a ver os meus meninos no ecrã. Hoje calhou-nos um médico que é bastante bem-disposto a fazer a ecografia, rio-me sempre com as observações dele, como por ex. ao ver o coração de um dos gémeos diz "ora, e vemos que está aqui a bater bem as asas como a águia do Benfica". E quando fiz a eco morfológica com ele, ao ver se os pés estavam direitos diz "ora, temos aqui um pé direito, vamos ver o outro... olhem também está direito, portanto, temos dois pés direitos e nenhum pé esquerdo" e lá foi a risada disfarçada no meio do nervoso miúdinho da eco morfológica, a tal temida eco, onde se verifica se está tudo ok com a morfologia dos bebés.
Regressando à eco, fez a medição do perímetro abdominal dos bebés, do perímetro da cabeça e comprimento do osso do fémur. Com estas medidas é possível estimar o peso dos bebés e percentil em que se encaixam, sempre com uma margem de erro. Ora bem, temos bebés mais gordinhos do que na semana passada: um com 2.6 Kg e outro com 2.7Kg. Percentil elevado em ambos, para variar. As posições continuam as mesmas: transversos.

Saímos assim da eco bastante cedo e a seguir fomos para a sala de espera das consultas de alto risco, onde também fui rapidamente chamada para fazer o CTG. Também pensei novamente "já a ser chamada? isto hoje está a andar bem". Lá dentro  da sala sentei-me na cadeira indicada e a enfermeira, que era outra pela qual ainda não tinha passado, pergunta-me o tempo de gestação, e eu digo 34 e que são gémeos, ela exclama "ah, bem me parecia que era uma barriga grandinha só para 34 semanas, então vamos passar ali para outro lugar e fazemos o CTG ao mesmo tempo para os gémeos, com 3 fitinhas, para ser mais rápido". Wait a minute! Afinal conseguem fazer o CTG ao mesmo tempo para os gémeos... em apenas 20 a 30 minutos, em vez do tempo mostruoso que passei nos últimos CTGs em que me fizeram um de cada vez? Woooooow, afinal isto hoje está a correr meeeeesmo bem em termos de tempos. Ainda mandei um SMS ao J para avisar que me iria despachar depressa (dado o histórico dos tempos de espera das outras vezes, ele iria dar uma volta, para fazer tempo). Estive, mais uma vez, a segurar num dos aparelhos de CTGs, para não fugir, quanto registava uma das frequência cardíacas dos bebés, e o aparelho que regista as contracções registou contracções durante o CTG, mas eu não senti nada. Sou uma insensível. Devem ser as tais contracções de Braxton-Hicks, as tais contracções que se diferenciam das outras por estas não apresentarem dor, serem irregulares, mas eu nem dei por elas.

Acabou o CTG, fui ao gabinete das enfermeiras para registarem o peso e tensão arterial (hoje estava com 81.7Kg) e lá voltei para a sala de espera.
E foi aqui que passámos o resto da manhã à espera, à espera, à espera de sermos chamados para o gabinete 8, que é o gabinete da Dra Teresinha, a especialista de gémeos da MAC e que atende toooooodas as grávidas de gémeos. Eu admiro a capacidade dela para atender e acompanhar tantas mulheres e olhem que há imensas grávidas de gémeos na MAC.
Enquanto esperávamos, ainda fomos encontrando caras que se foram tornando nossas conhecidas: 3 colegas do curso de preparação para o nascimento da MAC e a filha de senhor nosso conhecido.

Quando finalmente fomos chamados para a consulta, informei a Dra da nossa mudança de planos quanto ao local do parto. Apesar de continuarmos com o acompanhamento na MAC, que tem sido excelente (apesar dos tempos de espera), achámos que seria melhor usar as vantagens que o hospital privado concede e que não obtemos na MAC, desde que não houvesse problemas no restante decorrer da gravidez.

As minhas queixas quanto ao parto na MAC é que... o parto de gémeos é feito sempre no bloco e por ser no bloco, o acompanhante não pode estar presente, mesmo que seja um parto natural! Se fosse um parto natural de só 1 bebé, o acompanhante poderia estar presente, porque não é feito no bloco. O J deseja estar presente e eu sinto-me mais tranquila se ele pudesse estar presente. De momento até existe um baixo assinado para que o acompanhante possa estar presente numa cesariana de baixo risco nos hospitais públicos (a lei prevê que possa estar presente, mas deixa à consideração dos hospitais. Só 3 hospitais públicos deixam o acompanhante estar presente numa cesariana e a MAC não é um deles). Se ainda não assinaram, se fazem o favor assinem. A relação deste baixo assinado com o meu caso é simplesmente o uso do bloco. Se fosse autorizada a presença do acompanhante no bloco para uma cesariana de baixo risco, então a presença no bloco estaria autorizada também num parto natural de gémeos. Ainda sondámos a MAC,  para saber se seria possível ter a presença do acompanhante via requerimento, mas disseram-nos logo que outros já tentaram isso e nunca nenhum foi aprovado.
A minha outra queixa relaciona-se com o internamento no pós-parto: quartos partilhados por muitas mulheres (uma senhora contou-me que partilhou o quarto com 10 mulheres!). Ouvi falar de WCs só com 2 sanitas e 2 chuveiros partilhados por vários quartos. O acompanhante só pode lá estar durante a tarde. Eu não me imagino a conseguir descansar assim, dorida de um parto, estafada por cuidar sozinha de 2 bebés durante a noite e durante a parte do dia em que o acompanhante não está... e ainda ter de ouvir as outras e os bebés das outras - o que não me deixaria poder descansar quando pudesse, mas se tivesse mesmo de ser, assim seria, teria de deitar este feeling stressante para trás das costas!

Por isso, decidimos que o parto será feito... adivinham onde? (salvo se houver algum problema e aí terá mesmo de ser feito na MAC).
Este novo plano deixa-me muito mais tranquila, e eu tenho de me sentir bem numa fase tão importante da nossa vida: no nascimento de novas vidas.

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