sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma lenta caminhada

Decidi começar a manter uma espécie de diário da minha gravidez (que ainda não aconteceu) através de um blog.


Desde que tomámos a decisão de ter um filho, já passou bastante tempo.
No início julgava que quando quiséssemos ficaria grávida em pouco tempo. Mas isso não aconteceu.
Entre a ansiedade de ver se estaria grávida quando a menstruação atrasa (e a minha aparece quando lhe apetece, do estilo ciclos com 30, 40 ou 50 dias!) e a desilusão ciclo após ciclo ao saber que não estava.

Ao fim de 3 ou 4 meses comecei a queixar-me na ginecologista que não estávamos a conseguir.

E recebia as resposta.. "ahh, ainda tem tempo! É nova e só ao fim de 2 anos é que faremos exames! Mas se não engravidar ao fim de 3 ou 4 meses volte cá". Tinha eu 29 anos.
E assim foi durante umas 2 ou 3 vezes, para ouvir a mesma frase.

Fartei-me de ouvir a mesma coisa.. e nem sequer me mandava fazer exames, porque me dizia que era só stress! Mudei de ginecologista.



Já tinha passado 1 ano desde que tínhamos começar a tentar engravidar. Tinha eu 30 anos.
Nesta nova doutora, a Dra Isabel Nogueira na Ginalto (e que foi um espectáculo!), a consulta de ginecologia foi mesmo completamente diferente, explicava-me o que estava a fazer durante os exames rotineiros de ginecologia, e face ao não conseguir engravidar mandou-me fazer uma panóplia de exames, a mim e ao meu marido. Aconselhou-me fazer a eco no Dr. Pedro Condeço (na Maternus), o espermograma com o Dr. Gervásio que eram pessoas em quem ela tinha a completa confiança. E fomos aos recomendados.

Vieram os resultados dos exames e não estavam bons, nem para mim nem para ele.
Fui deixar os exames na doutora e ela chamou-me para falar comigo. Disse-me aquilo que eu já tinha visto nos relatórios dos exames: eu com SOP (Síndroma dos Ovários Poliquísticos) e ele com oligo...blahblahblah...spermia. Disse-nos que dali para a frente ela já não podia fazer nada e mandou-nos para as consultas da MAC (Maternidade Alfredo da Costa).


Fomos à primeira consulta na MAC, onde nos passaram novamente os exames, porque necessitam de confirmação de diagnóstico.
Fizémos os exames (os meus mais demorados porque tinha de esperar os tais 40 ou 50 dias de ciclo para começar novo ciclo - as minhas análises eram feitas no início do ciclo), esperámos pela marcação da 2ª consulta e quando finalmente tivémos a 2ª consulta, confirmaram-nos o diagnóstico e foi então que entrámos na lista de espera para fazer FIV/ICSI. Estávamos em Setembro de 2010 e tinha eu 31 anos.

FIV, bebé proveta, fertilização in vitro


Foi-nos dito que a espera não seria longa, que estava à volta dos 6 meses.
Poderia ser menos se houvesse casais desistentes!
Mas a realidade é que passaram os 6 meses, 7 meses, 8 meses... notícias surgiram na televisão relatando as dificuldades financeiras da MAC, demissão de médicos, que desespero!

Decidimos avançar para o privado. No início de Abril liguei para o Hospital dos Lusíadas (HLU) para marcar consulta. A consulta ficou marcada para a semana seguinte (que rápido!).


Fomos à consulta, para a qual levei os exames antigos, com o Dr. António Neves (coordenador do Centro de PMA).
Confirmou (mais uma vez) o diagnóstico e também nos disse que a solução seria FIV/ICSI porque naturalmente temos uma probabilidade muito, muito (mas muito mesmo!) reduzida de conseguirmos.
Assinámos o protocolo, receitou os medicamentos (que custaram cerca de 300€ numa farmácia com 40% de desconto, que tem acordo com o HLU, para além da comparticipação de 69% do Estado) e ficou combinado que quando iniciasse novo ciclo, ligaria a informar, para que se estabelecessem as datas para começar com os injectáveis sub-cutâneos.

Comecei a tomar Matervita, que tem vitaminas, ácido fólico, tudo o que é bom para preparar o organismo.

Chegou o dia 1 do ciclo, dia 2 de Maio. Liguei a informar e foi-me dito que no 2º dia do ciclo iria começar com os injectáveis à noite sempre em hora fixa.
Fui invadida por um misto de receio (dos injectáveis, que daria a mim própria) com um misto de alegria por finalmente estarmos a dar um passo em frente!

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